
No último domingo, dia de eleições em todo o território nacional, apenas 14 estados brasileiros aderiram à polêmica Lei Seca.
Visando assegurar que, ao menos nesta data, o brasileiro esteja sóbrio e em condições de avaliar conscientemente suas decisões, a lei curiosamente gerou um estranho fenômeno nos estados onde vigorou: um expressivo aumento no número de entradas em pedidos de divórcio.
Segundo dados apresentados pelo IBOPE – que após o término do primeiro turno das eleições vem dispondo de maior tempo ocioso para realização de pesquisas alternativas – em alguns estados o aumento chegou a 300%.
Uma explicação para o fato, segundo o sociólogo Paulo Roberto, seria a grande lucidez causada pela ausência de bebida alcoólica: “Graças a Lei Seca, as pessoas são acometidas por uma inesperada sobriedade e, nesse momento, muitas se surpreendem com algumas das decisões que tomaram no passado”.
Um exemplo foi a situação vivida pelo funcionário público Pedro Souza, 48 anos. O brasileiro passou mais de 18 horas dormindo em frente ao Cartório Civil de Santo André, em São Paulo, entre domingo e segunda-feira: “Assim que acordei, lembrei que era dia de votar e substitui minha tradicional garrafa de 51 por um copo de café com leite. Só então reparei na pessoa que dormia comigo a cerca de 25 anos e imediatamente me dirigi ao cartório mais próximo para resolver a situação. Inclusive nem votei, pois ser preso por crime eleitoral, ao invés de voltar para casa, me parecia ser também uma boa opção”.
Sobre os dados, nenhuma autoridade pública se manifestou. Comenta-se, porém, que a lei tende a ser definitivamente extinta do país, pois sua utilização freqüente, na visão do legislativo brasileiro, pode proporcionar à população, algumas indesejáveis descobertas, como a qualidade dos governantes eleitos nos últimos anos e a real situação do país.
Cientes dos boatos sobre o veto, muitos candidatos não perderam tempo: já encomendaram grandes lotes de barrizinhos de cachaça (aqueles de 500ml) para a distribuição, juntamente com os tradicionais folhetos, em suas atividades de boca- de-urna do segundo turno.
Ah, então está explicado pq o Tiririca se elegeu em São Paulo: não havia Lei Seca!
Nem a Lei Molhada justifica o Tiririca ter sido eleito. Parabéns aos meus conterrâneos por provarem que, por mais elitista que um estado seja em um país subdesenvolvido, ele continuará sendo parte podre de uma maçã estragada.